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Foto do escritorIvana Siqueira

Lidando com o COVID-19

Atualizado: 24 de abr. de 2020



Estamos vivendo tempos sem precedentes. Teríamos que conversar com nossos avós ou bisavós para falar com alguém que já passou por algo assim. Todos temos medo do que pode acontecer: adoecer ou alguém que amamos adoecer, não conseguir ganhar a vida e se preocupar com o pagamento de nossas contas, sentir-se ansioso, sozinho e talvez até deprimido.


Em uma crise como essa, entramos automaticamente no modo de luta ou fuga. Isso é bom, pois nos ajuda a enfrentar o perigo. Estar com medo nos ajuda a ficar seguros. O problema é que, em uma situação de luta ou fuga, tudo se desliga, como o soldado que começa a tremer incontrolavelmente após a batalha. Outros processos menos essenciais, como o pensamento claro, outras emoções, como a tristeza e a capacidade de cuidar bem de nós mesmos, são desligados a serviço de enfrentar o perigo.


Vai contra a corrente prestar atenção às nossas próprias necessidades em uma crise. Duvido que os socorristas após o 11 de setembro prestassem muita atenção ao autocuidado. Eles estavam focados em cumprir seu dever, não em cuidar de si mesmos. Mas este é um tipo diferente de crise. Podemos manter esse tipo de estado de alerta alto por um período surpreendente, mas não por tempo indeterminado. Nenhum de nós será capaz de manter esse nível de alerta alto indefinidamente em uma crise em que não há um fim claro à vista. Em uma crise prolongada como essa, todos precisaremos ser mais intencionais quanto a cuidar de nós mesmos e a cuidar de nossos vizinhos.


Aqui estão algumas das maneiras mais importantes em que todos podemos cuidar de nós mesmos durante esses tempos difíceis.


1. Durma. Durante tempos difíceis, o sono é frequentemente uma das primeiras coisas que negligenciamos. O fato é que a maioria de nós não funciona bem sem pelo menos sete horas de sono por noite, de preferência oito. Durante momentos estressantes como esses, é mais importante do que nunca praticar uma boa higiene do sono:


  • Tente ir para a cama e acordar na mesma hora todos os dias.

  • Comece a relaxar pelo menos 30 minutos antes de dormir. Pare de usar o celular antes de dormir porque elas diminuem seus níveis de melatonina e interferem no sono.

  • Não continue deitado na cama por mais de 15 a 20 minutos se estiver ansioso e com dificuldades para dormir. Se você não conseguir dormir, levante-se da cama e leia (livros de papel! Não no celular!) até ficar cansado, e depois volte para a cama. Tente não se preocupar em não dormir o suficiente. Você estará cansado no dia seguinte e poderá ir dormir mais cedo.

  • Se tudo mais falhar, use medicamentos prescritos. O sono é mais importante do que preocupações com a habituação em crises de curto prazo.


2. Mova seu corpo. Não importa como você faz; andando, se exercitando, fazendo ginástica em casa. Mover seu corpo é tão eficaz quanto medicação para ansiedade e depressão leves a moderadas. Qualquer tipo de atividade aeróbica aumenta o funcionamento do sistema imunológico, o que o ajudará a evitar o adoecimento.


3. Coma bem. Faça o que puder para comer uma dieta equilibrada. Se possível, converse com um nutricionista. Evite beber excessivamente, pois baixa seu sistema imunológico, tende a isolá-lo e diminui seu humor.


4. Estenda a mão para outras pessoas necessitadas. Quando nos sentimos privados, é menos provável que alcancemos os outros, mas alcançar e ajudar os outros a uma distância segura é uma das maneiras mais eficazes de ajudar você a se sentir melhor em momentos como esses. 


5. Considere a possibilidade de desenvolver um horário diário regular reservado para o autocuidado. Este seria um ótimo momento para desenvolver o hábito de uma prática diária de mindfulness. Existem muitos recursos online para guiá-lo.

6. Por fim, e talvez o mais importante, é manter-se conectado às pessoas de quem você gosta. Não é apenas um luxo, estar perto de outras pessoas é uma parte essencial da vida. Estar conectado com outras pessoas ajuda a manter seu sistema imunológico saudável. Em um estudo (Cohen, 1997) de pessoas expostas a um vírus (não o Corona), aquelas que tinham menos conexões com outras pessoas tinham quatro vezes mais chances de adoecer. As pessoas estão encontrando maneiras criativas de permanecer conectado:

  • Passar mais tempo com a família do que o habitual, interagindo através de jogos, quebra-cabeças etc., em vez de apenas assistir TV.

  • Conversando com amigos e entes queridos online ou por telefone.

  • Realizando encontros online.

  • Socializar com os vizinhos pela varanda.

Esses são alguns dos momentos mais desafiadores em que todos nós vivemos. Podemos superar isso juntos se olharmos um para o outro e cuidarmos de nós mesmos.

Referências

Cohen, S., Doyle, W. & Skoner, D. (1997). Social Ties and Susceptibility to the Common Cold. Journal of the American Medical Association, 277, (24), 1940-194

Live Source: JohnHain/pixabay




Esta postagem não substitui a psicoterapia.

Procure um profissional da área para ajudá-lo.


Ivana Siqueira

Psicóloga Clínica

CRP 05|40028


Rio de Janeiro - RJ

Atendimento presencial e online

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